terça-feira, 2 de agosto de 2016

Rota Turística do Queijo vai dinamizar a economia do Marajó




Rodolfo Oliveira - Agência Pará
Promover o polo turístico Marajó, com o incremento do fluxo turístico, tendo como principal indutor o queijo da região. Esse é o objetivo principal da Rota Turística do Queijo do Marajó, desenvolvida pelo Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Turismo (Setur), em Soure, Salvaterra e Cachoeira do Arari. O programa visa agregar valor aos produtos agrícolas locais e beneficiar pequenos produtores rurais das comunidades envolvidas, a fim de gerar negócios, emprego e renda.

Ao todo, nos três municípios, já são oito queijarias devidamente cadastradas, registradas e certificadas, em ação conjunta executada pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap) e Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará). Um selo que atesta a qualidade do produto oferecido ao consumidor.

A Rota Turística do Queijo do Marajó pretende ser uma alternativa de renda para os produtores locais, uma vez que o fluxo de pessoas ao longo da rota dinamiza a economia e possibilita a valorização dos atrativos naturais, culturais e históricos da localidade.

Heitor e Silvia Reali -
Viramundo e Mundovirado 
A rota pode contemplar vários roteiros e integrar comunidades de um mesmo polo turístico. A comercialização dos insumos dos pratos típicos regionais fortalece a base produtiva da agricultura familiar, ou seja, das comunidades integradas direta ou indiretamente na atividade turística, uma vez que os agricultores locais, ao comercializarem sua produção, e a partir da demanda provocada pela gastronomia, ampliam os horizontes de seus negócios.

O crescimento do movimento Slow Food, por exemplo, e a adoção de um modo de vida mais saudável por parte da população, tem promovido o interesse na degustação de produtos originais e autênticos. As visitas turísticas guiadas, seja em restaurantes regionais, ou ainda em locais de produção, também são formas de escoar o que é produzido. Complementar à estratégia, os municípios do Marajó, com destaque para Soure, Salvaterra e Cachoeira do Arari, oferecem ao turista inúmeras manifestações culturais, rios, praias, igarapés e paisagens icônicas.

Heitor e Silvia Reali -
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Desta forma, a Setur espera tornar o Marajó reconhecido como destino turístico pelos seus produtos típicos, autênticos e de qualidade, com destaque para o queijo, no Brasil e exterior, a partir da identificação das localidades, produtores e formas de comercialização dos insumos da culinária típica regional, além de capacitar os produtores de insumo e/ou prestadores de serviço relacionados ao turismo gastronômico paraense, o que promete diversificar a oferta turística por meio da qualificação de empresários e profissionais do setor.


Turismo e Gastronomia

Heitor e Silvia Reali -
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Atividade socioeconômica importante na criação de postos de trabalho, de empresas e do incentivo à execução de obras de infraestrutura, o turismo é um dos setores econômicos que cresce com mais rapidez no mundo, representando 9% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial, segundo a Organização Mundial do Turismo (OMT). No Brasil, o turismo responde por 3,6% do PIB, empregando, direta e indiretamente, mais de 10 milhões de pessoas.

Em 2015 o setor de turismo atraiu ao Pará 1,1 milhão de turistas, brasileiros e estrangeiros, e injetou 736 milhões de reais na economia do estado. Na análise do programa, os segmentos de turismo e
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gastronomia têm potencial para crescer, em volume de negócios, renda e emprego, 10% a cada ano até 2030, com o fortalecimento da cadeia produtiva a partir de iniciativas como divulgação, atração de novos investimentos, melhoria dos produtos turísticos, investimentos em infraestrutura e qualificação da mão de obra local.

Ainda em dezembro de 2015, a Unesco reconheceu Belém como Cidade Criativa da Gastronomia, tornando a capital paraense uma referência mundial nessa área da cultura ao integrar uma rede de cidades que buscam desenvolvimento de maneira sustentável e socialmente justa. A capital paraense, além de ser o ponto de partida dos turistas que vão ao Marajó, oferece ao visitante uma rede de restaurantes especializados na culinária regional e o queijo do Marajó está presente como insumo indispensável à produção de diversos pratos.

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O Plano Estratégico de Turismo Ver-o-Pará destaca a gastronomia como um dos produtos turísticos paraenses, pela sua autenticidade. A gastronomia é capaz de estimular e propiciar experiências únicas aos turistas, pois há uma relação direta entre a comida, os costumes e a tradição de um povo, além de uma descoberta dos saberes e sabores locais, levando-os a uma troca de conhecimento, lazer e satisfação.

A importância da atividade é tamanha, que o Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável do Estado do Pará, denominado Plano Pará 2030, lançado pelo governador Simão Jatene em junho deste ano, selecionou Turismo e Gastronomia como uma das 12 cadeias produtivas de valor para o planejamento de longo prazo na formulação de macroestratégias capaz de dinamizar a economia e promover processos produtivos eficientes e agregação de valor, crescimento econômico acelerado e a elevação do PIB paraense. A meta é consolidar o Pará como destino turístico nacional e internacional, recebendo 4 milhões de visitantes ao ano e quadruplicando a receita do setor até o ano marco do programa.

Texto: Israel Pegado / Fotos: Rodolfo Oliveira – Agência Pará