quinta-feira, 13 de maio de 2010

Ponto Turístico

Reflexão - Este é um momento delicado para quem vive do turismo no Pará. Apesar de um esforço grande da capital paraense em investir na busca de recursos, capacitação de mão de obra e sensibilização dos diversos agentes do setor o que se percebe é um momento puramente reflexivo. O Governo do Estado, diga-se Paratur, reflete sobre como reverter o distanciamento que foi criado em relação aos 143 municípios paraenses nesses quase quatro anos, quando dois presidentes ocuparam a cadeira de presidente e saíram, deixando a missão ao Luiz Souto, recém chegado. O tempo corre rápido, as eleições estão na porta (o turismo dificilmente renderá votos para uma reeleição) e na manga somente a carta da Fita 2010, que só agora parece ter a simpatia do Hangar e timidamente da ABAV, que comanda as agências de viagens fundamentais para o evento.

Por outro lado as prefeituras refletem sobre a falta de recursos para investir no setor e de ferramentas para envolver o empresariado nessa área. Faltou uma sintonia no início da gestão governamental de ambos os lados: prefeituras e Estado. Resta-lhes o “contentamento descontente” com os status de pedra preciosa (jade, ametista e topázio) garantido com a certificação de municípios classificados pelo ministério do turismo como de “apoio ao turismo”, com “potencial turístico” e “turísticos”, deixando claro que nem a metade do total paraense foi contemplado, o que deixa os não agraciados fora do mapa turístico por um bom tempo, mesmo que os avaliadores nunca tenham ido até esses municípios avaliar se de fato oferecem pelo menos um dos seis segmentos mais importantes: aventura, pesca, artesanato, gastronomia, turismo religioso e ecoturismo.

Resta a utopia da mídia compartilhada, um sonho há muito idealizado pelo trade, que nunca virou realidade por que representa investimentos altos e principalmente uma sintonia ideológica entre governantes, empresariados e entidades de classe. O que culturalmente não ocorre. Recursos existem muitos nos cofres do governo federal, ávido por projetos de qualidade elaborados dentro das regras dos programas de fomento e desenvolvimento do turismo, a exemplo do Prodetur. Mas, quem se habilita?

A mídia espontânea, que garantiu visibilidade ao Pará durante oito anos anteriores à gestão atual, foi relegada a segundo plano por falta de compreensão da importância dessa mídia.
Se não há investimentos, não há diálogo e não há divulgação. Resta a quem vive do turismo no Pará, especialmente as milhares de famílias que dependem do setor para garantir emprego e renda, esperar...

Esperemos então !!

* Benigna Soares é presidente da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo (Abrajet-Pará), membro do Conselho Municipal de Turismo (Comtur-Belém) e do Fórum de Desenvolvimento Turístico do Estado do Pará (Fomentur). É especialista em Cultura e Midiologia das Sociedades Contemporâneas pela UFPA.
Contatos: (91) 8842-8129 benignasoares@globo.com