A iniciativa de apresentar o TCC
dentro da aldeia faz parte de um projeto que visa aproximar os acadêmicos dos
povos indígenas e também tradicionais da Amazônia. Coordenado pela professora
Viviane Menna Barreto, que esteve na aldeia Parkatejé a convite de lideranças
locais, o projeto visa “TCC na aldeia” somar ações de responsabilidade social
junto à comunicação. “Queremos estimular os alunos a pensarem na Amazônia,
produzirem materiais audiovisuais sobre festas populares, prestarem assessoria
de comunicação para associações, movimentos sociais e outras entidades que
estejam mais próximas do povo e percebam as problemáticas e estudem de que
forma a comunicação pode provocar transformações importantes para estas
populações”, concluiu.
Durante a visita a aldeia, os alunos apresentaram um videomapping (apresentação de vídeo) sobre o Xingu e as comunidades afetadas pela usina hidrelétrica de Belo Monte. A ação também integrou a programação que celebrou um ano do lançamento do livro de memórias do cacique Parkatejê Kokre Kohokrenhum entitulado: "Isso pertence ao meu povo".
As projeções foram realizadas
sobre toras e esteiras utilizando elementos da cultura indígena e teve como
objetivo debater o papel do indígena na sociedade contemporânea. Cerca de 200
indígenas participaram do evento que contou ainda com a distribuição de revistas
em quadrinhos que tem como tema o debate sobre o que é o REDD (Mercado de
Carbono). O material foi diagramado e ilustrado por Luis Carlos Shikama,
estudante de Publicidade da Estácio FAP, e supervisionado pelos professores de
Comunicação Social da instituição. Sob o
título “Carbono é de quem? REDD em Terras Indígenas”, aborda em uma história,
didática e leve, recomendando que o cacique busque mais informações sobre o
mecanismo, no momento que uma empresa estrangeira para assinar um contrato de
venda de créditos de carbono.
O resultado da visita à aldeia
complementará o TCC dos estudantes. O universitário Lamartine Garcia considera
de extrema importância esta integração. “Esta oportunidade de convívio com
culturas tão diferentes da nossa, mas ao mesmo tempo tão próxima, foi bom e
também bastante relevante, pois apresentamos nossos estudos na aldeia. Um
trabalho que faz referência aos índios, principalmente aqueles afetados pela
usina de Belo Monte. Com a visita pudemos acompanhar como é o modo de vida
deles, como se alimentam, como se sustentam e assim tivemos muitas referências
desta cultura” destacou.

