Ano passado Canaã dos Carajás, na região sul do Pará, produziu onze toneladas de mel de abelha. A qualidade do produto já alimenta a fabricação de pães, doces, geleias, sorvetes nas cidades vizinhas e pode alcançar ainda outros ramos da economia como a farmacologia e indústria de cosméticos espalhadas pelo Brasil. O mel das abelhas africanizadas, espécie preferida dos apicultores de Canaã pelo alto grau de produção, tem baixíssimo teor de sacarose, um ponto importante para o consumo humano porque não oferece riscos à saúde e pode ser utilizado até por portadores de diabetes. O mel de Canaã já detém o selo de qualidade e de inspeção sanitária do município e aguarda o mesmo documento do Estado e da União até o final deste ano.
O mercado do mel de Canaã envolve mais de 50 produtores reunidos na Associação. O trabalho deles antecede ao frenesi da indústria da mineração, que segundo o presidente Luis Rodrigues, acabou colaborando com desenvolvimento do trabalho, uso de tecnologia e aprendizado para melhorar a produção e organizar o mercado. “Muita gente fala que o minério não é uma economia sustentável, mas através do rendimento do minério que Canaã recebe, estamos conseguindo desenvolver outras atividades rentáveis e de economia sustentável, com grande agregação de valores; então isso torna o minério sustentável também”, avalia Rodrigues.
Feira – A associação de Apicultores de Canaã dos Carajás e a Federação Paraense dos Apicultores aproveitaram o período da Feira de Negócios e Festival de Gastronomia (IV Fenecan), que está sendo realizada em Canaã até este domingo (6), para realizarem também a Feira de Produtos e Serviços (Apipará 2019). O evento reuniu mais de 400 pessoas entre palestrantes, expositores e convidados especiais. Foram quatro dias de debates, seminários, exposição e comercialização de produtos relacionados a produção do mel.
Na Feira, instalada no Complexo do Bosque Gonzaguinha, os visitantes puderam conhecer a colmeia e os equipamentos de segurança utilizados pelos produtores. A novidade ficou por conta do macacão dor de rosa, criado para uso das mulheres apicultoras. Segundo Luis Rodrigues, o balanço das atividades foi positivo. O próximo encontro dos apicultores do Pará será na cidade de Santarém, região Oeste paraense, em 2020.
